CONTE COMO FOI SEU INÍCIO
NOME: Shelley Primo Alcolumbre.
APELIDO: Shelley.
Quantidade de saltos: 202 saltos.
Área preferida: Salto em Boituva, mas já saltei em Anápolis, Brasília, Salinas e Belém.
Integra: Seu primeiro salto foi duplo? Conte sobre (por que, como, onde, quando):
Shelley: Meu primeiro salto foi por acaso. Fui assistir a um evento de paraquedismo que estava acontecendo em um município do Pará. Na ocasião, havia um piloto tandem, o instrutor Tandem Fabrício Farias. Nem pensei duas vezes e logo me inscrevi para o salto. Achei a experiência incrível, especialmente a navegação.
Integra: Como você soube que queria ser paraquedista?
Shelley: Após o salto duplo, decidi que iria fazer o curso. Outros dois saltos duplos vieram até eu realizar o primeiro curso na minha cidade, Belém, pelo método ASL (Accelerated Static Line). O meu instrutor foi Klener Pantoja, paraquedista paraense experiente. No dia do salto solo, não consegui saltar de primeira, tive muito medo de sair sozinha. Acabei saltando no dia seguinte, após algumas decolagens, mas consegui.
Integra: Onde foi seu curso de primeiro salto? Como você foi parar lá?
Shelley: Depois do primeiro salto solo, interagindo com os paraquedistas paraenses, fui para Boituva, onde fica o Centro Nacional de Paraquedismo, para fazer o curso de AFF (Accelerated Free Fall). O curso foi na escola "Queda Livre", com os instrutores Maurício Graiki e Paola Pirani, ambos maravilhosos.
Integra: Como foi o seu curso?
Shelley: Como moro no Pará, que é um estado enorme, mesmo tendo uma escola de paraquedismo, a área fica longe da capital, onde resido, dificultando minha frequência no esporte. Além disso, sou servidora pública e professora universitária, sem flexibilidade de horário, o que torna minhas idas a Boituva super planejadas e de curta duração.
Integra: Qual você acha que foi sua maior dificuldade no início?
Shelley: A maior dificuldade em escolher esse esporte é a distância e os custos. A necessidade de deslocamento para áreas de paraquedismo, que não existem em todos os lugares, além dos gastos com equipamentos e treinos, torna difícil a progressão para quem mora longe das áreas.
Além disso, parei de saltar por três anos devido à maternidade. Engravidar e ter um bebê pequeno dificultaram ainda mais meu deslocamento para a área. Foi um período muito difícil, em que quase desisti.
Como é difícil estar na área, em 2017 abri uma página no Instagram com uma logo criada pelo meu marido para estampar as camisas que usava para saltar, tipo personalizar.
Integra: E como foi a sua progressão até ser atleta? Treinou com alguém?
Shelley: A logo e o nome "Mulheres Que Voam" conquistaram as meninas que frequentavam a área, e a página logo ganhou um propósito: apresentar as meninas de diversas áreas umas às outras para incentivar o esporte no meio feminino.
Nos últimos anos, foi visível o crescimento do esporte entre mulheres, com times, recordes e a presença feminina em quase todas as modalidades do paraquedismo. As "Mulheres Que Voam" pertencem a todas as esportistas em geral, promovendo empoderamento, reconhecimento e incentivo para as mulheres. Serve como um ponto de encontro, de apresentação, e de informação sobre conquistas e progressões. É um acolhimento.
Posso dizer que minha progressão é lenta, mas a experiência é vasta, kkkk.
Idas e vindas, começos e recomeços, muita aprendizagem, paciência, frustrações e satisfações. Mas no final tudo vale a pena, pois é um esporte incrível e que todas as meninas podem praticar.
Integra: Deixe uma dica para um iniciante no esporte!
Shelley: Cada um levando como dá e ao seu tempo... o importante é ser feliz!
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