CONTE COMO FOI SEU INÍCIO

Nome: Cássio Velloso Nunes
Apelido: Não tenho um apelido que todos usem, mas sou conhecido como Doc ou simplesmente Cássio.

Salta desde: Comecei a saltar em 2009.
Quantidade de saltos: Tenho algo em torno de 850 saltos (não sou o mais organizado com isso... rs).

Área preferida:
Minha área preferida é qualquer lugar onde eu esteja saltando com amigos. Não tenho hoje uma área fixa de escolha, mas curto muito participar de eventos em diversas zonas de salto. Ultimamente, tenho viajado bastante com a “família” Flybrothers pelo Brasil e pelo mundo para voar de wingsuit.

Integra: Seu primeiro salto foi duplo? Conte sobre (por que, como, onde, quando):

 Cássio Velloso: Minha história no paraquedismo começou em 2008, quando fiz um salto duplo na Outlaw. Foi a realização de um sonho que eu tinha desde 2003. Minha relação com o esporte começou quando eu morava em Manaus para fazer faculdade. Sempre passava em frente à DZ de lá, achava aquilo surreal e cheguei a visitar algumas vezes para assistir os saltos.

Um dia, liguei para o meu pai, que custeava minhas despesas na época, e pedi para ele pagar um salto duplo para mim. Ele morava em Cuiabá e respondeu, rindo: "Você é maluco! Acha que vou pagar para você se jogar de um avião enquanto estou a mais de 2.000 km de distância? Se quer mesmo, vai lá, faz essa 'loucura' e só me conta depois!" Acabei deixando de lado essa vontade por um tempo.

Integra: Como foi o seu curso?

Cássio Velloso:Em 2008, um amigo paraquedista me levou para saltar. Fiz o salto e, logo depois, liguei para o meu pai:
— Alô, pai! Você não sabe o que eu fiz...
Ele respondeu na hora:
— Saltou de paraquedas?
E eu disse:
— Sim, e agora quero fazer o curso!

Foi assim que comecei minha jornada no paraquedismo. Saltei de 2009 até 2011, quando me mudei para Cuiabá por causa do nascimento do meu primeiro filho, Lucca. Lá não havia locais para saltar, então acabei parando. Retornei aos saltos em 2017, depois de concluir minha residência médica e organizar minhas finanças. Na época, estava mais envolvido com big ways, junto com a galera da SkydiveThru. Fui treinando e participei de recordes estaduais e nacionais graças ao convite do Daivid. Aproveito para agradecer a todos os momentos incríveis com o pessoal do CTR.

Integra: E como foi a sua progressão até ser atleta? Treinou com alguém?

Cássio Velloso:Em 2019, fui ao Boogie dos Lençóis e conheci o Flávio Jordão. Ele estava com dores na perna e dificuldade para voar. Como sou ortopedista, o ajudei na ocasião, e ele conseguiu continuar no evento. Em agradecimento, me convidou para um curso de wingsuit. Fiz o curso e me apaixonei pela modalidade.

Integra: Hoje, onde você salta mais? E qual modalidade você mais gosta de voar?

Cássio Velloso:Hoje sou parte do staff da Flybrothers, minha família por opção. Aproveito para agradecer meu irmãozão Flávio Jordão por tudo que me proporcionou no wingsuit. Sou recordista paulista, brasileiro, sul-americano, latino-americano e mundial, além de bicampeão brasileiro de wingsuit. Fiz viagens e voos incríveis.

Atualmente, estamos com um projeto para disputar o mundial de wingsuit na modalidade acro. Seguimos voando e viajando em busca do voo perfeito (o que é ótimo, já que ele nunca chega, e isso nos mantém motivados... rs).

Integra: Deixe uma dica para um iniciante no esporte!

Cássio Velloso:Minha dica para quem está começando, seja no freefly, barriga, wingsuit ou qualquer outra modalidade, é: faça coach! Não perca saltos apenas "caindo" sem propósito. Escute os mais experientes. Cometi o erro, nos primeiros anos de skydive, de fazer saltos aleatórios, sem objetivo de evolução.

É divertido? Claro que é! Mas o processo de aprendizado e evolução também é. Saltar sem orientação torna a evolução mais lenta, além de expor você a riscos desnecessários.

Enjoy every moment and fly your dreams!

Gostaria de agradecer a Deus por me proporcionar tanto, à minha família por me apoiar e incentivar, e à Revista Integra pela oportunidade.

Grande abraço a todos!