Integra Paraquedismo

Segunda-feira, 20 de Outubro de 2025
De um presente de infância ao céu: A trajetória de Jow no paraquedismo

Brasil e Mundo

De um presente de infância ao céu: A trajetória de Jow no paraquedismo

Com apenas 10 anos, Jonathan de Sousa Pires deu seu primeiro salto e descobriu sua paixão pelo voo.

Imagens
IMPRIMIR
Use este espaço apenas para a comunicação de erros nesta postagem
Máximo 600 caracteres.

CONTE COMO FOI SEU INÍCIO
Nome: Jonathan de Sousa Pires
Apelido: Jow

Salta desde: 2017
Quantidade de saltos: 1500 saltos
Área preferida: DZ47

Integra: Seu primeiro salto foi duplo? Conte sobre (por que, como, onde, quando)

Jow: Meu primeiro salto duplo foi em 2007. Eu ia completar 10 anos de idade no dia seguinte e ganhei de presente do meu pai um salto. Ele subiu no avião junto para fazer o salto 7 do curso AFF. Hoje em dia, meu pai, Paulo Pires, tem mais de 7 mil saltos e se tornou uma referência para muitos atletas aqui na América Latina, mas desde o início ele já era uma grande referência para mim.

Integra: Onde foi seu curso de primeiro salto? Como você foi parar lá?

Jow: O salto foi incrível! Meu instrutor, Fabio (Pombinho), saiu mandando um backflip. Eu não entendi nada, mas achei muito legal (rsrs). Eu lembro de sentir como se pudesse ir para qualquer lugar que quisesse no céu. Eu não estava caindo; estava voando. Eu não sabia ainda que tudo aquilo que passou na minha cabeça naquele momento viria a se tornar tão possível. Desde então, decidi que queria fazer aquilo mais vezes, mas não imaginava nada do que vivo hoje.

Integra: Quem foram seus instrutores?

Jow: Eu tive alguns treinadores ao longo do caminho. Meu pai, sem dúvida, me ajudou muito de diversas formas. Na parte de voo e pilotagem de velames, tive bastante influência do Kevin Batista, Felipe Assis, Babuzinho, Cotô, Maluf, e a Moniquinha me ensinou muito sobre dobragem. O Lucas Magalhães, da DZ47, também foi importante. No túnel, tive contatos que mudaram minha vida. O primeiro foi com Rafael Schwaiger e Ramsey, em 2019, na Polônia. Essa viagem me fez enxergar que, para ser tão bom quanto os melhores, eu precisaria treinar como eles, comer como eles, estudar como eles, ou ainda mais, pois já estava "atrasado".

Integra: Como foi o seu curso?

Jow: Com 14 anos, fiz outro salto duplo que confirmou ainda mais essa ideia. Meu pai já tinha mais de mil saltos e muitos amigos paraquedistas, que também eram meus amigos, foram juntos no salto. Isso foi o ápice da vida naquele momento: ver meu pai e meus amigos em queda livre junto comigo.

Eu já sabia que queria saltar de paraquedas quando fizesse 18 anos, mas não tinha ideia de como iria fazer para conseguir pagar o curso e, muito menos, os saltos depois. Parece que a vida dá conta de trazer o que estamos prontos para receber. Quando terminei o ensino médio, com 17 anos, sem saber o que seguir como carreira, não me via em nenhuma profissão comum. Já trabalhava vendendo roupas desde os 14 anos. Eu queria algo diferente, pensava em ser piloto de avião ou helicóptero, mas também não tinha dinheiro para esses cursos. Fiquei um ano trabalhando com o que já fazia e buscando algo diferente até aparecer a oportunidade de trabalhar no túnel de vento, em 2016.

Integra: Qual você acha que foi a sua maior dificuldade no início?

Jow: Meu pai ficou sabendo do túnel nessa época e me apresentou a oportunidade com um bom insight sobre o caminho a ser percorrido. Era o caminho perfeito para me tornar um paraquedista sem ter dinheiro. Eu iria aprender a voar e a trabalhar ali, e em algum momento teria condição de fazer o curso. Depois de um ano trabalhando na iFLY São Paulo, consegui fazer o curso AFF.

Meus primeiros 30 saltos foram com meu pai. Ele me ensinou a sobreviver, a ver para onde eu estava indo e para onde poderia voar de acordo com a reta do avião, a me preocupar com os outros paraquedistas no avião, a cuidar de mim, do meu equipamento, etc.

No começo, eu tinha bastante medo de me machucar saltando. Estava aprendendo a voar head down no túnel e me divertia demais lá. Comecei a achar que o paraquedismo apresentava muitos riscos em comparação ao túnel, até entender o quanto poderia ser divertido saltar e explorar muitas coisas sem me expor tanto.

Integra: Hoje, onde você salta mais? E qual modalidade você mais gosta de voar?

Jow: Hoje em dia, tenho um treinador e mentor, Filip Crnjakovik. Eu o considero o melhor voador do mundo, e ele está me ajudando a atingir o que jamais conseguiria sozinho ou com qualquer outro coach.

Integra: Deixe uma dica para um iniciante no esporte!

Jow: Minha maior dica para quem está começando é não se limitar na hora de sonhar e, muito menos, na hora de aprender. Busque estar próximo de pessoas que possam agregar ou te desafiar de alguma forma, e que fiquem felizes pelas suas conquistas. O ambiente e as pessoas certas fazem com que o caminho seja muito mais prazeroso e divertido. E jamais deixe de aprender. Quando achar que já sabe tudo, repense.

Comentários:

Envie sua mensagem, estaremos respondendo assim que possível ; )