APRENDENDO FREEFLY: TÚNEL DE VENTO X QUEDA LIVRE
Quando se fala de túnel de vento no Brasil, todo mundo conhece o Jack. Glauber Jackson Silva começou o AFF com 15 anos de idade em 1999. Hoje tem as licenças profissionais TBBF, instrutor AFF, Tandem Pilot, Wingsuit Coach e re-certificador de sistemas. Já passou de 2.500 saltos de skydive e mais de 2.000 saltos de BASE. Além disso, tem aproximadamente 1.500 horas de túnel, tendo trabalhado no iFly de Brasília. Atualmente é treinador de túnel da empresa AERODIUM. Por ter toda essa experiência, pedimos para o Jack falar um pouco sobre qual a melhor forma de aprender freefly: no túnel ou no céu?
Tudo começa voando de ‘barriga’ mesmo, inclusive a base do ‘freefly’ é voo de barriga. Depois passar para o vôo de costas, "back". Na sequência, evoluir para ‘head up’ com mais velocidade, começando a voar sentado, ‘sit’. Por fim, ‘head down’, sem nunca deixar de treinar ‘barriga e costas’. “Voar vertical, não importa a orientação, vai estar sempre voando ‘barriga e costas’ ao mesmo tempo”. Sobre segurança no túnel, deve-se seguir um padrão em relação a progressão de movimentos e proteção (spotting). A velocidade da máquina para cada momento é o segredo da segurança e do treino mais adequado.
Para ele, aprender movimentos e posições novas de "Free Fly" no céu será sempre mais divertido. “Porém a relação custo benefício se torna melhor quando podemos utilizar um sistema misto de treino, com túnel de vento e saltos de avião, de forma bem orientada. Lembrem-se que túnel de vento não é paraquedismo, é apenas uma ferra menta auxiliar para o esporte.” Treinos com melhor resultado irão depender sempre do perfil individual de cada aluno, mas ele recomenda atentar-se ao objetivo desejado. “Pessoas que buscam se tornar ‘proflyers’ de túnel devem estar dispostas a gastar grandes volumes de horas de máquina onde os contratos de longo prazo podem ter melhor benefício. Porém pessoas que buscam evoluir no paraquedismo devem buscar oportunidades de investir de forma mais equilibrada. ‘Camps’ de imersão em túnel seguidos de treinos no céu, são melhores para adaptar o aprendizado da máquina ao uso do equipamento no corpo, além de haver muitas outras nuances do esporte que não existem no túnel.”
Os principais cuidados ao se aprender "FreeFly" no túnel de vento são: respeitar a progressão de segurança proposta pelo coach e estar atento às diferenças entre túnel e céu - principalmente em relação às velocidades aplicadas e os vícios de posição corporal. “Recomendo sempre profissionais com experiência de máquina e de céu”. No salto, é importante saber que o equipamento nas costas muda muita coisa em relação à aerodinâmica. As dificuldades comuns para os ‘ratos de túnel’ são realizar saídas ruins do avião, não manter boa consciência de altura pois perdem o hábito de atenção ao altímetro, além de apresentar erros corriqueiros na navegação e pouso por falta de regularidade.
A principal diferença entre treinar somente no céu e misturar treinos de máquina com céu é o tempo de queda livre acumulado. Naturalmente atletas que utilizam bem a dinâmica de misturar as ferramentas de treino atingem níveis técnicos de voo em queda livre mais elevados, com menor quantidade de saltos. Já atletas com mais céu tendem a ser mais seguros no esporte do que a geração de túnel.
“A maior dica que dou às pessoas que querem começar o ‘Free Fly’ é voar ‘barriga’ em todas as suas formas. Não apresse o processo, salte mais e tenha regularidade. E o principal, se divertir por todo o caminho de evolução. Blue skies!”
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