Nome: Adilson Moreira Julião
Apelido: Didi
Salta desde: 31/10/1989 (35 anos)
Quantidade de saltos: 11.398
Área preferida: Skydive Iguatu
Integra: Seu primeiro salto foi duplo? Conte sobre (por que, como, onde, quando)
Sim, foi um duplo em 1986 com o holandês Herman Landsman durante o Fortaleza Tropical Boogie, o maior boogie que já aconteceu no Brasil. Salto duplo no Brasil era novidade e só existia no sudeste, São Paulo. Em novembro de 1986, aconteceu um grande boogie em Fortaleza, que reuniu cerca de 300 paraquedistas, a grande maioria europeus. No salto de abertura do evento, meu pai (Adelson Julião) me ofereceu a oportunidade de fazer o duplo, e eu topei na hora. Chamávamos de salto canguru... hehehehe.
Integra: Como você soube que queria ser paraquedista?
Meu pai foi paraquedista militar e um dos principais fomentadores do paraquedismo civil no Brasil, principalmente no norte e nordeste do país. Ele foi o primeiro presidente da CBPq. No final dos anos 70, meus dois irmãos e minha irmã fizeram seus primeiros saltos. Eu, aos 5 anos, pude presenciar e passar a conviver mais diretamente com o paraquedismo. Passei anos da minha vida assistindo meu pai voar (ele também foi piloto lançador) e saltar, meus irmãos saltarem e se tornarem campeões brasileiros e sul-americanos de paraquedismo. Resumindo, eu não tive escolha.
Integra: Onde foi seu curso de primeiro salto? Como você foi parar lá?
Foi em Manaus, Fortaleza, João Pessoa... vários locais. Eu não tive um curso de primeiro salto, tive vários, pois assisti e participei de diversos cursos ministrados pelo meu pai e pelos meus irmãos. Na noite anterior ao dia do meu primeiro salto, meu pai me fez uma sabatina sobre tudo; foi um verdadeiro "show me", desde o posicionamento no avião até emergências. No dia seguinte, realizei meus dois primeiros saltos solo: 31 de outubro de 1989, no meu aniversário de 15 anos.
Integra: Quem foram seus instrutores?
Meu pai e meus irmãos, mas meu irmão Jodelson foi quem deu continuidade.
Integra: Como foi o seu curso?
Como falei, foram vários cursos.
Integra: Qual você acha que foi a sua maior dificuldade no início?
Minha maior dificuldade foi ter ficado três anos e meio sem saltar, porque meu pai me deixou de castigo por reclamações da escola... hehehehe. Só me autorizou a saltar depois que passei no vestibular, e meu irmão o convenceu. Voltei fazendo AFF.
Integra: E como foi a sua progressão até ser atleta? Treinou com alguém?
Fiz 9 saltos de T-10 (que me ensinaram muito sobre PS), 9 saltos de AFF, e depois disso, muitos 2 ways. Agradeço muito aos amigos que, na época, saltavam comigo. Não fiz algum tipo de treinamento específico como BBF, por exemplo.
Integra: Hoje, onde você salta mais? E qual modalidade você mais gosta de voar?
Hoje salto mais pelo nordeste: Iguatu, Fortaleza, Recife, Maceió, Aracaju, Praia do Forte. Gosto muito de grandes formações de barriga, mas também sou apaixonado pelo TRV, que me ensina muito sobre pilotagem de velame.
Integra: Deixe uma dica para um iniciante no esporte!
Não tenha vergonha ou medo de perguntar. Passe mais tempo em áreas de salto ouvindo as histórias; isso te dará experiência. Ouça a todos, mas escute seu(s) instrutor(es). Muitos amigos que já passaram da "fase" em que você está querem ajudar, mas o seu instrutor sabe o caminho mais curto e seguro para sua evolução. Assim que tiver oportunidade, saia debaixo da asa do seu instrutor, conheça outras áreas, outros paraquedistas. Mais uma vez, isso te trará experiência. Céus azuis e pousos seguros!!!
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