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Segunda-feira, 20 de Outubro de 2025
Jaime Cesar: Uma Vida Entre Céus e Saltos

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Jaime Cesar: Uma Vida Entre Céus e Saltos

De inspirações familiares ao alto desempenho, conheça a trajetória de superação e paixão de um atleta que conquistou os céus.

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Nome: Jaime Cesar de Carvalho Jr.
Apelido: Jaimão
Salta desde: 03/02/2003
Quantidade de saltos: 2041
Área preferida: Resende

Integra: Seu primeiro salto foi duplo? Conte sobre (por que, como, onde, quando):

Jaime Cesar: Desde criança, o paraquedismo sempre esteve no meu imaginário porque meu pai era paraquedista militar. Tentei seguir os passos dele, mas a minha carreira foi no meio civil.
Os anos foram passando, casei em 2002 e tinha esse sonho guardado até que comentei com minha esposa. Ela disse: "Veja se tem curso no RJ, por que não?" Já com 31 anos, percebi que podia pagar o curso, algo que era inviável quando mais jovem.

Integra: Onde foi seu curso de primeiro salto? Como você foi parar lá?

Jaime Cesar: Achei na internet o BarraJumping, uma escola lendária que funcionava no Aeroporto de Jacarepaguá - RJ. Liguei para lá com a intenção de fazer o curso AFF, mas imaginei fazer um salto duplo antes para ter certeza de que ia gostar. Contudo, com 112 kg na época, só me restava a opção de partir direto para o AFF. Curiosamente, em quase 22 anos de paraquedismo, nunca fiz um salto duplo.

Integra: Como você soube que queria ser paraquedista?

Jaime Cesar: Certamente, meu pai foi a influência inicial. Mas, quando comecei a pesquisar sobre o paraquedismo para fazer o curso, um mundo se abriu! É um esporte incrível, com muitas modalidades e possibilidades para se apaixonar. É até difícil escolher uma modalidade para se dedicar. Dá vontade de fazer tudo, mas o fator limitante é o dinheiro. Mesmo assim, vale muito a pena. Investiria tudo de novo!

Integra: Quem foram seus instrutores?

Jaime Cesar: Na época, quem tocava o BarraJumping era o Marcão, com quem fiz o curso teórico. Vários instrutores diferentes participaram dos meus saltos AFF (Lameira, Marcão, Ponteiro, Beiço, etc.). Fiz o curso com 1 salto por mês. Recebia o pagamento e ia saltar. Hoje faria diferente: seria mais proveitoso juntar o dinheiro do curso e fazer 2 ou 3 saltos por final de semana, absorvendo melhor o aprendizado.

Integra: Como foi o seu curso?

Jaime Cesar: Na época, o avião Islander demorava cerca de 50 minutos para lançar os paraquedistas, e a logística era complicada, pois decolávamos de um lugar e saltávamos em outro. Isso limitava o número de saltos. Hoje, com caravans espalhados pelo Brasil, é possível fazer 6, 7 ou até 8 saltos por dia. No meu curso, passava o dia inteiro na área para fazer 1 salto. Dos 7 níveis do AFF, repeti apenas o nível 2 porque, na hora do comando, peguei o altímetro do instrutor pensando que era o punho do comando!

Integra: Qual você acha que foi a sua maior dificuldade no início?

Jaime Cesar: Destaco a barreira financeira, que limitava o número de saltos e treinamentos possíveis, e o fato de estar acima do peso. Descobri que isso fazia muita diferença para saltar com outros paraquedistas. Além disso, os equipamentos eram sempre maiores, difíceis de encontrar e revender depois. O paraquedismo me levou a correr, fazer triatlo e perder 20 kg, algo que mantenho até hoje.

Integra: E como foi a sua progressão até ser atleta?

Jaime Cesar: Até os 50 saltos, fazia mais saltos solo, tentativas de sit fly, curvas de barriga, tracking e progredia com o velame, tentando navegar e pousar em pé. Depois, parti para o TR (Trabalho Relativo), que hoje se chama FS (Formation Skydiving), com saltos de barriga para fazer formações (4 way, 5 way, 8 way...).

Integra: Treinou com alguém?

Jaime Cesar: Na época, havia muitos eventos de Big Way e camps de treinamento, como o CTR em Boituva. Fiquei muito tempo nessa modalidade. Em 2011, tive minha primeira experiência internacional no P3 Skydiving - Big Way e 100 Way Camp (Skydive Perris, Califórnia). Foi a vivência mais impactante que tive no esporte. No Brasil, na época, era raro conseguir fazer um 20 way. Lá, o primeiro salto já começava em um 20 way! Fiz saltos de 16.000 a 20.000 pés com oxigênio, participando de eventos de até 104 way.

Integra: Qual a modalidade você mais gosta de voar?

Jaime Cesar: Em 2016, decidi focar no FreeFly. Sempre gostei dessa modalidade, mas não conseguia me dedicar participando de eventos de Big Way ao mesmo tempo. Minha meta era voar head down, algo grandioso para mim. Fiz vários treinamentos com grandes nomes do esporte e participei de eventos como o Vertical Training do PP (Paulo Pires Flyon). Cheguei aos tryouts do Recorde Sul-Americano, mas não fui selecionado. Ainda assim, considero que alcancei muito mais do que sonhava inicialmente.

Integra: Hoje, onde você salta mais?

Jaime Cesar: Salto principalmente em Resende, onde, junto com amigos apaixonados pelo FreeFly, criamos a FlyStorm, equipe de FreeFly do RJ. Também salto em Boituva e, anteriormente, em Piracicaba.

Integra: Deixe uma dica para um iniciante no esporte!

Jaime Cesar: Se eu pudesse dar uma dica para o Jaime de 50 saltos, seria: "Quer fazer FreeFly? Corre atrás, não precisa esperar!" Treine forte para aprender os fundamentos de cada modalidade. Assim, você poderá participar de saltos maiores e mais avançados, evoluindo com os amigos. Invista em treinamentos no túnel de vento, saltos com referências do esporte e grupos menores. Isso permitirá aproveitar mais em camps e boogies, além de aumentar exponencialmente sua diversão em saltos dinâmicos e elaborados.

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